Eu sei que há um lugar onde todos os finais se escondem. A parte que falta às minhas crônicas inacabadas, as rimas que não vieram pra compor o soneto, o que houve com o personagem do conto que se perdeu. Está tudo lá. São palavras em estado líquido, imunes, salvas e intocadas por mãos humanas. Palavras puras, como seres. Que vagam, perambulam, distraem-se.
Nesse lugar, os protagonistas que não sabem o que é feito de si se encontram e vão buscar eles próprios – independência do autor – o seu princípio, a sua origem. Cumprimentam-se. Aglutinam-se. Os poemas complementam-se. Os simbolismos, os realismos, os pedantismos, o simples final do poeminha sobre estrelas e céus que um netinho tentou fazer para sua avó: tudo junto, um sincretismo.
É ali que os meus finais e o seus tomam chá enquanto riem de nós que não conseguiremos jamais alcançá-los. Sabem que estão seguros por ali, numa seção de achados e perdidos da rodoviária, num cantinho embaixo do tapete, em armários alugáveis, dentro de um saquinho plástico na caixa de água na privada. Ou em lugar amplo e ermo, com vista para o mar.Eles são astutos e sabem se esconder. Sabem onde é que os que acham serem seus donos jamais os encontrarão.
Eles não têm rumo. Não esperam ter. Esperam ficar quietos em seu cantinho isolado. Fazendo falta. Talvez esse seja o prazer destes finais: fazer falta a quem tenta, inutilmente, invocá-los.
Nesse lugar, os protagonistas que não sabem o que é feito de si se encontram e vão buscar eles próprios – independência do autor – o seu princípio, a sua origem. Cumprimentam-se. Aglutinam-se. Os poemas complementam-se. Os simbolismos, os realismos, os pedantismos, o simples final do poeminha sobre estrelas e céus que um netinho tentou fazer para sua avó: tudo junto, um sincretismo.
É ali que os meus finais e o seus tomam chá enquanto riem de nós que não conseguiremos jamais alcançá-los. Sabem que estão seguros por ali, numa seção de achados e perdidos da rodoviária, num cantinho embaixo do tapete, em armários alugáveis, dentro de um saquinho plástico na caixa de água na privada. Ou em lugar amplo e ermo, com vista para o mar.Eles são astutos e sabem se esconder. Sabem onde é que os que acham serem seus donos jamais os encontrarão.
Eles não têm rumo. Não esperam ter. Esperam ficar quietos em seu cantinho isolado. Fazendo falta. Talvez esse seja o prazer destes finais: fazer falta a quem tenta, inutilmente, invocá-los.
2 comments:
Cara, teus textos me fazem sorrir enquanto os leio.
É incrível menina!
Tu é incrível.
E esse lugar, fica aonde?
Seria nos anéis de saturno, junto com os guarda-chuvas perdidos do Mário Quintana?
Muitos beijos.
Sabe o que me lembra? Uma história de Jostein Gaarder, não me lembro de que livro, em que os personagens se libertam do autor. Tomam consciência de si. E o que será que somos, no fim? A Casa das Mentiras resolveu se instalar lá, na esquina do clube. Ok?
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