Oct 8, 2008

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sobre medidas e tamanhos.



além do nariz e das orelhas que nunca param de crescer, e do cabelo que rareia, há uma coisa boa nesse tal passar do tempo que impiedosamente nos envelhece. há uma coisa, digamos que intrínseca apenas, pra não cairmos em metafísicas, que também cresce. ainda bem. é que crescemos. em projeções e dimensões que não se conhece a fundo ainda. que nunca poderão ser conhecidas "a fundo". mas que existem.

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[acho que a amplidão com que o mundo se revela diante dos nossos olhos quando entendemos que seu tamanho não tem fim é uma boa metáfora para a tal “coisa”.]


quando essa "coisinha de dentro” descobre que não importa o quanto ela acha que sabe das coisas sempre haverá infinitas outras para serem descobertas e apreciadas, é que uma inevitável mudança vem.

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acho que estou no ponto, no tamanho exato pra começar a abandonar certezas. certezas calcadas em rocha e contraditas jamais não me interessam. nem um pouco, senhor.

ooo


tem vento. tem rajadas, rojões, tufões. tem brisa. mas se leves montantes de ar acariciam a pele, a maresia a castiga. e no vendaval são justamente elas, ironia, as certezas, as primeiras a caírem.

ooo

se você está "certo de que", eu já não me interesso, senhor. gosto do erro, dos que erram, vagam rumo ao esmo. que sabem que o mundo é mundo, e é tão, tão imenso, que se agarrar somente a um galho, um lugar, uma casa, uma opinião, um poema, uma música, a só, exclusivamente algo é perdê-lo. e, principalmente, é perder o restante.

9 comments:

Jana Lauxen said...

Não sabemos nada, e por isso mesmo sabemos tudo.
Não possuíamos nada, e por isso somos donos de tudo.

Enxergamos só 5% do universo.
Muito, muito pouco para andarmos por aí achando que somos os donos da verdade.

"Eu estou certa de que" nada é realmente certo por aqui.

Beijo Nate.

Jana Lauxen said...

Ah sim, este natal vai ser inesquecível.
Estaremos lá, no Degraus, debatendo sobre a estrutura analítica da vida e enchendo a cara de cerveja.
Nada melhor.
Não vejo a hora.

E, ó: num dos teus comentários no meu blogue, tu disse que possui um livro escrito. Queria muito que você me mandasse esse livro, de verdade.
Se puder, é claro.

Um beijo súper-querida.

Anonymous said...

acho que em meio a tudo isso também cresce a experiência, além do mais, crescer é uma coisa complicada, entender as coisas então, nem se fala, contudo é importante crescer, porque é só com o "tamanho" que a gente compreende (não tudo) mais um pouco mais.

baita texto.


sorte e luz.

Anonymous said...

E eu que nem cheguei ainda ao tamanho de ter tais certezas.
Fico oscilando entre uma medida e outra sem me assentar.
Quero me agarrar em tudo e não a uma coisa só, mas o que mais desejo acaba me escapando pelos dedos.


Lindo Texto, como todos que vejo aqui.
Beijocas.

Rafael Simeão said...

se essa sensação de que ainda há muito a ver, sentir, ouvir, comer, errar... viver, enfim... não é o remédio que mantém a dor do mundo viva e a graça ainda singela, eu não sei o que é...

mas, tudo bem. eu não estou certo disso.

;)

Luiz Calcagno said...

Tudo que é novo é velho. Tenho uma teoria sobre tudo isso, se é que entendi de fato (sorriso). Quando afirmamos: SOMOS, deixamos de ser. O mesmo o contrário. Ao dizer: NÃO SOMOS, passamos imediatamente a ser. Quando, então, somos de fato? Eu aposto nas entrelinhas.

Abraço

Adriano Queiroz said...

Viva a mudança!
Viva as dúvidas e aos erros!

Medo nós temos, mas isto não evita as tragédias.

::::FER:::: said...

eu consigo achar muito , muitas coisas aproveitaveis no RESTO. E deixei de ser vazioe , materialista desde que me achei dentro das sóbras, conheci o que vem junto com rajadas de vento, bem depois de tão somente ter sentido o vento passar por mim de raspão é claro. Hj me dou bem com o vento, ele me mostrou o meu tamanho, e fiquei pasmo qdo descobri o quao grande é... nem conheci todos os comodos ( e olha que ja faz 11 anos que me mostraram o tamnho da minha força)


abraços, eu nunca tinha visitado seu blog gostei!!! bjkas do Fer...

Anonymous said...

cade seus posts perfeitos??

beijoca.