Dec 29, 2006

aquela da [meta]linguagem.

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não faço a mínima idéia do porquê resolvi fazer o blógue. eu, aliás, nem lembrava que ele existia. minha memória [aleatória] me remete vagamente a um dia com dores latejantes no mesencéfalo e algum bocado de ressentimento. devo eu ter feito merda na noite anterior e decidido que minhas culpas eram tão quase líricas que mereciam um espaço na world wide web.

porque, afinal, é se apertando entre cotoveladas nesse aglomerado de bits que todos encontram lá o seu lugar ao sol.

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eis que hoje, ao acordar quando o sol a pino já começa a secar a baba do travesseiro, decido que o turbilhão de divagações, esoterismos, crenças absurdas, ceticismos covardes, considerações involuntárias, regurgitos, escarros purulentos e mais ainda alguma beleza que se disperse no ar denso merecem algum outro lugar que não os meus antigos cadernos de capa mole. não, não estou elevando os catarros que minha garganta ardida ainda tem pra cuspir, mas preciso de um confessionário mais amplo, e de um interlocutor que funcione como um frade a que imploro perdão pelos pecados. um suposto interlocutor. dos imaginários. ou - por que não? - um milhão deles. todos e, ao mesmo tempo, ser algum. [é o milagre do pós-moderno!]

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já que o próprio póust [ahn! como é sonora essa linguagem de internauta!] está submetido a um título que se chama metalinguagem, não me sinto acanhada em justificar cada verbete que aqui constará nessa breve existência que presumo que tenha um blógue. assim, de início, já deixo tudo muito bem explicado. ou muito mal explicado. mas o fato é que me esforço em explicar. estou cheia de pudores quanto a você, meu leitor fantasma. e temo que essa história de atirar minhas idéias mal-concebidas ao nada/tudo seja um dos piores embustes de que se traveste o narcisismo.

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narcisita ou não. pretenciosa ou não. hei de continuar com isso acá.

ou não.


ai ô.


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